sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Cidade natal

                Apesar da amena temperatura noturna, amanhece um calor abafado. Vidros espelhados de matar pássaros, asfalto e fumaça cinza. Dizem que por isso faz calor!! É bonito como acham razões para tudo, menos para a vida. Mas também se achassem a razão do viver, não viveriam, ficariam se vangloriando do seu grande achado e desistiriam de percorrer seu caminho até ele. O ser humano é preguiçoso. Quando sabe o fim da jornada desisti de fazê-la. It’s a long way.
Acabo de começar a minha pequena jornada, cara inchada da noite não dormida. Sobre a brevidade da vida, valorização do ócio. E eu, na plena iminência do meu tão esperado ócio, busco enchê-lo de coisas que já verei de forma ou de outra em breves tempos futuros. Todos buscamos o ócio desde os tempos antigos, mas desde os mesmos damos um jeito de adiá-lo, dizemos que a aposentadoria chegará, que moremos na praia ou trabalharemos apenas umas vezes na semana. Adiamos nossa tranqüilidade de porque precisamos do sofrer. Sofremos então, porém não reclamemos do sofrimento, mas vivamos como se ele fosse nossa felicidade.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Apelo

     Sento à beira de um rio. Luar refletido as suas margens. Ao fundo ouve-se um tropicália bagunçada. Som antigo, cantado por antigos músicos antes boêmios - hoje famílias. As vezes parece que se vive ou se viveu várias vidas. Mas não vivemos? Vivemos a vida de outros por medo de viver as nossas. Necessidade do outro. Mas esse outro está dentro de nós, refletimos nele o que queremos ou o que repudiamos, e só assim nos achamos.


     Esquecemos os rituais mais antigos, aqueles que diziam que somos todos um, que tudo é Um. Será que esquecemos os ancestrais ensinamentos, ou só facilitamos a nossa existência? Podemos viver desunidos, cada qual buscando seu intento, afastando o saber de que todos dependemos de todos e da sobrevivência da natureza? Já se escutam ecos, meio capitalizados, da volta à preservação. Mas esses ecos não incluem o mútuo crescer, só o crescer, o progressismo de uma era fria - cinza- de uma natureza enclausurada, do excesso de reclusão.


     É meu amigo...só nos resta uma certeza, é preciso acabar com a indiferença; é preciso paciência, amor, respeito. Vamos ouvir de novo o que nos dizem os velhos, de tempos passados. Talvez aí se ache a solução para podermos viver tranquilos, conciliados com a natureza. A busca da felicidade está na nossa frente, basta a vontade de trilhar o longo caminho. Mas não tentamos chegar ao final, como aqueles velhos nos diziam: o importante é o caminho e não o seu fim.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Dica da semana!

Os Cimos - Primeiras Estórias - João Guimarães Rosa
Acho que os ventos estão soprando minha primaveras rápido demais. A vida me parece tão gélida. Não vejo mais os antigos redutos das letras, cheiro de livros velhos, da sensação de aventura e curiosidade de um rapaz solitário a garimpar volumes - tornam-se todos bytes e mais bytes de informação.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Mesa de Bar


Olho a minha volta.Teclas.Imagem de teclas.Tecladores teclando.Para o mundo.Nasce outro mundo.O mundo que não é meu.É nós.Ou somos.semos.seríamos se o sonho realiza-se o presente.o sente.Mas sente que não cabe, cabe no mundo.Todos cabemos.Dividamos o mesmo mundo, não ensismesmando no próprio mundo.Cabemos todos no mundo.Não é ego, não é chatiche.Boring uma diz ou pensa que quer dizer.Sou realmente nostálgico da época que não vivi, mas quem não é? O que muda é a época, a infância.O cheiro, o gosto.Toda minha nostalgia de amigos ternos, que há, mas pouco nessa terra erma.Que me leva a isso.Um pouco disso que preciso.Preciso de você.Você é tão minha e tão livre, que se perde em uma sarjeta; filosofando com nostradamus, com o diabo, ou seja lá com quem ele disse que era.Nostalgia.Que saudade que sinto de me sentir antigo, em um lugar antigo,tombado.Peço perdão.Só quis dizer que mesmo não teclando, só penso nas teclas para teclar que te amo,que sinto sua falta.Você cabe no meu mundo? Cabemos todos nesse mundo?

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Adeus

                    Adeus

Um beijo.
O último, o adeus.
Descanse em paz.
Sua vida foi longa e dura.

Faça uma boa viajem.
Se existe algum bom lugar
você estará lá, por tudo que foi.
Te amo.

Já sinto sua falta.
As lágrimas escorrem
meu rosto se molha
uma mistura de saudade e tristeza.


Uma brisa passa
A vida passa
As pessoas passam
Adeus!


Prometo que serei bom,
bom como você foi.
Vá em paz.
Faça uma boa viajem.